quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Mais algumas drogas

Tratamentos da pele

A isotretinoína, utilizada para tratar a acne grave, a psoríase e outros distúrbios cutâneos, causa defeitos congênitos graves. Entre os mais importantes encontram-se os defeitos cardíacos, orelhas pequenas e a hidrocefalia (acúmulo de líquido no cérebro). O risco de defeitos congênitos é de aproximadamente 25%. O etretinato, uma outra droga utilizada no tratamento de distúrbios cutâneos, também causa defeitos congênitos no ser humano.

Como esta droga é armazenada na gordura subcutânea (localizada abaixo da pele) e é liberada lentamente, ela pode causar defeitos congênitos durante 6 meses ou mais após a mulher suspender o seu uso. Por essa razão, as mulheres que fazem uso desta droga são aconselhadas a aguardar pelo menos 1 anos antes de engravidar.

Meclizina

A meclizina, freqüentemente utilizada para combater o enjôo de viagem, a náusea e o vômito, causa defeitos congênitos em animais, mas esses mesmos efeitos não foram observados no ser humano.

Vacinas

Exceto em circunstâncias especiais, as vacinas produzidas a partir de vírus vivo não são administradas a mulheres que estão ou podem estar grávidas. A vacina contra a rubéola (uma vacina de vírus vivo) pode causar infecção tanto na placenta como no feto em desenvolvimento. As vacinas de vírus vivo (p.ex., sarampo, caxumba, pólio, varicela e febre amarela) e outras vacinas (p.ex., cólera, hepatites A e B, gripe, peste bubônica, raiva, tétano, difteria e febre tifóide) são administradas à gestante apenas quando ela apresenta um risco significativo de contrair uma infecção por um desses microrganismos.

Hipoglocemiantes orais

Os hipoglicemiantes orais são administrados para reduzir a concentração de açúcar (glicose) no sangue de indivíduos diabéticos. No entanto, eles freqüentemente não conseguem controlar o diabetes em mulheres grávidas e podem acarretar hipoglicemia (concentração baixa de açúcar no sangue) no recém-nascido. Por essa razão, a insulina é preferida para tratar o diabetes da mulher grávida.

Drogas Utilizadas Durante o Trabalho de Parto

Os anestésicos locais, os narcóticos e outros analgésicos geralmente atravessam a placenta e podem afetar o recém-nascido (p.ex., enfraquecendo o seu impulso para respirar). Por essa razão, quando é necessária a utilização de drogas durante o trabalho de parto, elas são administradas em doses mínimas efetivas e preferivelmente o mais tarde possível, o que diminui a probabilidade delas atingirem o feto antes do nascimento.

Sífilis - cuide-se!!!

Chás que causam o aborto


Algumas plantas abortivas e seus respectivos efeitos:

A listagem está organizada da seguinte forma:
Nome botânico; Nome comum; Restrição (situações em que não se deve usar); Motivo (efeitos)

1. Aloe vera; Babosa; não usar na Gestação; provoca Hemorragia e aborto…
2. Anemopaegma sp; Catuaba; não usar na Gestação; provoca Aborto…
3. Angelica archangelic; Angelica europeia; não usar na Gestação; provoca Hemorragia e aborto…
4. Aristolochia sp; Jarrinha; não usar na Gestação; provoca Contracções e aborto…
5. Arnica montana; Arnica; não usar na Gestação e Amamentação; provoca Hemorragia e aborto, Vómitos e cólicas…
6. Artemisia absinthium; Losna; não usar na Gestação e Amamentação; provoca Contracções e aborto, Cólicas e convulsões…
7. Cassia sennae; Sene; não usar na Gestação e Amamentação; provoca Contracções e aborto, Diarreia no lactente…
8. Cassia tora; Mata pasto; não usar na Gestação; provoca Contracções e aborto…
9. Chenopodium ambrosioides; Erva de Stª Maria; não usar na Gestação e Amamentação; provoca Contracções e aborto, Vómitos e torpor…
10. Cinnamomum cassia; Canela; não usar na Gestação; provoca PIG…
11. Coix lacrima-jobi; Lágrimas de N. Senhora; não usar na Gestação e Amamentação; provoca Contracções…
12. Commiphora myrrha; Mirra; não usar na Gestação; provoca Hemorragia e aborto…
13. Copaifera sp; Copaíba; não usar na Gestação e Amamentação; provoca Teratogenia (Teratogenicidade) (?), Cólicas e diarreia…
14. Datura estramonium; Trombeta; não usar na Gestação; provoca Aborto…
15. Dianthus superbus; Cravo dos jardins; não usar na Gestação; provoca Aborto…
16. Elephantopus scaber; Erva grossa; não usar na Gestação; provoca Contracções e aborto…
17. Euphorbia pilulífera; Erva andorinha; não usar na Gestação; provoca Contracções e aborto…
18. Hedera helix; Hera; não usar na Gestação e Amamentação; provoca Contracções e aborto, Febre e convulsões…
19. Leonurus sibiricus; Erva macaé; não usar na Gestação; provoca Contracções e aborto…
20. Melia azedarach; Azedaraque; não usar na Gestação e Amamentação; provoca PIG e aborto, Vómitos e diarreia…
21. Mentha piperita; Hortelã; não usar na Gestação; provoca Teratogenia (Teratogenicidade)…
22. Mikania glomerata; Guaco; não usar na Gestação; provoca Hemorragia…
23. Myristica fragans; Noz moscada; não usar na Gestação; provoca Aborto…
24. Paeonia sp; Peónia; não usar na Gestação; provoca Teratogenia (Teratogenicidade)…
25. Phyllantus niruri; Quebra pebra; não usar na Gestação e Amamentação; provoca Aborto, Cólicas e diarreia…
26. Pilocarpus jaborandi; Jaborandi; não usar na Gestação; provoca Contracções e aborto…
27. Plantago major; Transagem; não usar na Gestação; provoca Contracções…
28. Polygonum acre; Erva de bicho; não usar na Gestação; provoca Hemorragia e aborto…
29. Portulaca oleracea; Beldroega; não usar na Gestação; provoca Contracções e aborto…
30. Prunus persica; Pessegueiro; não usar na Gestação; provoca PIG e aborto….
31. Punica granatum; Romã; não usar na Gestação; provoca Contracções e aborto…
32. Ramnus purshiana; Cáscara sagrada; não usar na Gestação e Amamentação; provoca Contracções e aborto, Cólicas e diarreia…
33. Rheum palmatum; Ruibarbo; não usar na Gestação e Amamentação; provoca Contracções e aborto, Diarreia no lactente...
34. Smilax sp; Salsaparrilha; não usar na Gestação; provoca Aborto…
35. Solanum paniculatum; Jurubeba; não usar na Gestação; provoca Aborto…
36. Tabebuia sp; Ipê; não usar na Gestação; provoca Teratogenia (Teratogenicidade)…
37. Zanthoxilum sp; Tinguaciba; não usar na Gestação; provoca Hemorragia e aborto…

Ação ambiental

Uma fração significativa das crianças com defeitos congênitos tem etiologia ambiental. Desta forma, é muito importante que se tenha conhecimento destas causas não herdadas de defeitos congênitos bem como suas potenciais interações com os fatores genéticos e suas implicações para a saúde humana, crescimento e desenvolvimento.

Como teratologia entende-se o ramo da ciência médica preocupado ao estudo da contribuição ambiental ao desenvolvimento pré-natal alterado (Smithells, 1980). Um agente teratogênico é definido como qualquer substância, organismo, agente físico ou estado de deficiência que, estando presente durante a vida embrionária ou fetal, produz uma alteração na estrutura ou função da descendência (Dicke, 1989).

Os teratógenos agem através de um número relativamente limitado de mecanismos patogênicos, produzindo morte celular, alterações no crescimento dos tecidos (hiperplasia, hipoplasia ou crescimento assincrônico), interferência na diferenciação celular ou em outros processos morfogenéticos. Estes mecanismos afetam eventos básicos do organismo em desenvolvimento e geralmente suas conseqüências atingirão mais de um tecido ou órgão. Assim, as manifestações da ação de um agente teratogênico na espécie humana podem ser agrupadas em classes principais: morte do concepto ou infertilidade; malformações; retardo de crescimento intra-uterino e; deficiências funcionais, incluindo-se aqui o retardo mental. Estes danos podem tanto ter uma causa genética como ambiental e, muitas vezes, uma combinação destas duas (etiologia multifatorial). Estima-se que cerca de 20% de todas as gestações reconhecidas terminem em aborto e que de 3% de todos os recém-nascidos vivos apresentem algum defeito congênito (Kalter & Warkany, 1983). Nas perdas gestacionais estima-se uma contribuição de causas cromossômicas em mais de 50% dos abortos espontâneos. Com relação aos defeitos congênitos causas genéticas parecem ser responsáveis por 15-20% destes, fatores ambientais são reconhecidamente responsáveis por 7%, 20% são de etiologia multifatorial em mais de 50% dos casos a causa permanece desconhecida (Kalter & Warkany, 1983).

Os agentes teratogênicos variam segundo o estágio de desenvolvimento do concepto no momento da exposição. Se esta ocorre nas duas primeiras semanas após a concepção, produz-se um efeito muito rápido, ou seja, pode haver letalidade do embrião ou nenhuma anomalia; o período de organogênese entre a terceira e oitava semana é o mais crítico com relação às malformações; após isto, os efeitos se produzem principalmente em sistema nervoso central (que continua se diferenciando), como também sobre o crescimento fetal. As manifestações do desenvolvimento anormal aumentam à medida que se incrementa a dose do agente, variando desde nenhum efeito, passando pelos danos funcionais e malformações até a morte do concepto;

A heterogeneidade genética, tanto da mãe como do feto, pode conferir maior susceptibilidade ou resistência à manifestação de um determinado agente. Os defeitos de fechamento de tubo neural (espinha bífida) são um bom exemplo de defeitos nos quais a susceptibilidade genética desempenha importante fator.

Os agentes teratogênicos atuam por mecanismos específicos sobre as células e tecidos em desenvolvimento, por exemplo, alterando o crescimento de um tecido, interferindo com a diferenciação celular ou morfogênese fetal e provocando a morte celular.

Agentes físicos da teratogenicidade

A radiação ionizante é considerada um potente teratógeno com tudo, é dose-dependente e relacionado ao estágio de desenvolvimento que o concepto é exposto. No uso diagnóstico dos Raios X, as doses habitualmente utilizadas (poucos milirads . cerca de 5 a 100) são insuficientes para causar anomalias. Contudo, como quebras no DNA e mutações podem acontecer, é prudente a proteção radiológica apesar dos riscos pequenos Em altas doses a radiação ionizante pode causar uma variedade de anomalias no embrião, desde defeitos de membros, fendas lábio-palatinas e até anormalidades do sistema nervoso central A hipotermia materna também está relacionada com defeitos de fechamento do tubo neural, microcefalia, micrognatia e fendas faciais Agentes mecânicos Aqui podem ser consideradas as bridas âmnicas que causam amputações ou outras lesões destrutivas em qualquer segmento corporal. O torcicolo, o pé torto, e as deformidades crânio-faciais relacionam-se com a posição fetal e a presença de compressões extrínsecas ao feto.

Teratógenos químicos

Apesar do conhecimento da teratogenicidade de diversas substâncias químicas em animais e até a associação destas com defeitos congênitos em humanos, são relativamente poucas as situações em que o efeito teratogênico foi devidamente comprovado na nossa espécie. A seguir estão listados os principais teratógenos químicos em humanos.

Ácido Valpróico (Defeitos de tubo neural). Álcool RCIU, ( retardo mental, microcefalia, ipoplasia maxilar, fissuras palpebrais pequenas, anomalias cardíacas )Anticoagulantes (warfarin dicumarínicos) (Hipoplasia nasal, malformações do sistema nervoso central, anormalidades esqueléticas, alterações oculares ). Antineoplásicos (Malformações múltiplas) Antitireoidianos (Bócio fetal, hipotireoidismo). Fenitoína (Retardo mental, microcefalia, face dismórfica, hipoplasia da falanges distais, incluindo unhas ). Hormônios Androgênios: (Masculinização de fetos femininos.). Dietilbestrol: (mortes fetais, anormalidades uterinas e cervicais (tumores). Lítio (Anomalia cardíaca valvar (Anomalia de Ebstein). Talidomida (Defeitos nos membros (focomelia), anomalias cardíacas e nas orelhas). Tetraciclina ( Hipoplasia e escurecimento do esmalte dentário.) Vitamina A (ácido retinóico) ( Anomalias de sistema nervoso central, coração e orelhas)

Misoprostol

O misoprostol, comercializado com o nome Cytotec, é utilizado na prevenção e tratamento de úlceras por inibir a secreção gástrica. Seu uso com esse propósito não tem sido recomendado durante os períodos iniciais da gestação, pois pode ocasionar contrações uterinas e com risco para o embrião/feto. No entanto, o uso deste medicamento na tentativa de provocar o aborto, fundamentalmente nos primeiros meses de gestação, é bastante difundido no nosso país. Seu uso por via vaginal tem-se demonstrado efetivo na indução do abortamento precoce após a morte fetal.

O uso do misoprostol como abortivo sem acompanhamento médico pode levar a uma gestação que não se perde, ocasionando uma ansiedade adicional na mãe pelo possível risco para o embrião/ feto.

O aborto causado por Cytotec pode ser incompleto, o que poderá resultar em sangramento perigoso, hospitalização, cirurgia, infertilidade ou morte materna ou fetal. Têm sido relatados os seguintes efeitos adversos gastrintestinais (diarréia e dor abdominal) e ginecológicos (sangramentos, distúrbios menstruais, hipermenorréia e dismenorréia). Efeitos adversos adicionais mais freqüentemente descritos incluem: naúsea, dor de cabeça, flatulência, dispepsia, vômitos e constipação.

Estudos prévios (diversos realizados pela equipe do SIAT) já identificaram este fármaco como um teratógeno responsável por malformações no embrião exposto, como defeito de redução de membros, lesões variadas do sistema nervoso central e/ou seqüência de Moebius. Entretanto o risco absoluto para o feto, após uma exposição, ainda não está definido e aparentemente é inferior a 10%.

O Cytotec não deve ser usado em mulheres grávidas. As mulheres devem ser orientadas no sentido de não engravidarem enquanto estiverem tomando este medicamento. Se acontecer de uma delas engravidar quando em uso de Cytotec, a administração deste produto deve ser imediatamente interrompida.


Mercúrio

O mercúrio é um agente teratogênico, que é transferido da placenta da mãe para o feto, causando sérios danos ao feto em desenvolvimento, principalmente em nível neurológico. O mercúrio inorgânico tem menor capacidade de atravessar a parede placentária, mas também é encontrado no líquido amniótico e leite materno, causando defeitos no desenvolvimento cerebral, paralisia cerebral severa e microcefalia e poderia influenciar o status hormonal (o eixo hipofisehipotalamo), causando um ciclo menstrual irregular, menos ovulações, além dos efeitos teratogênico acima mencionados.
Os testes genotóxicos detectam mutações, tanto a nível cromossômico quanto a nível gênico. Tais mutações são responsáveis pelo surgimento de cânceres e doenças hereditárias.

Referência:CARDOSO, Plínio Cerqueira dos Santos; LIMA, Patrícia Lima de; BAHIA, Marcelo de Oliveira; AMORIM, Marúcia Irena Medeiros de; BURBANO, Rommel Rodríguez; FARIAS, Rômulo Augusto Feio. Toxicidade do Mercúrio.

Chumbo

É aceito a idéia de que o chumbo causa efeitos adversos sobre o sistema reprodutor feminino e masculino. No início do século XX foi relatado que mulheres que trabalhavam com chumbo estavam mais suscetíveis a abortos e partos de natimortos. O chumbo atravessa a barreira placentária e pode causar danos fetais. Uma vez que ele consegue ser transportado para o cordão umbilical e para o leite materno, mostrando que há transferência do metal para o feto ou recém-nascido, respectivamente.
O chumbo entra no organismo das mulheres grávidas pela inalação ou ingestão e pode se depositar nos ossos, de onde passa para o sangue e atravessa a barreira placentária atingindo o feto. Os bebês podem ter sua carga corpórea aumentada pela amamentação.
O sistema nervoso dos bebês é particularmente sensível aos efeitos tóxicos do chumbo. Está comprovado que o chumbo causa prejuízos irreparáveis ao desenvolvimento do feto e do bebê. Causam malformações estruturais no feto, baixo peso ou disfunções metabólicas e biológicas. São utilizadas análises sanguíneas para garantir que o feto está protegido de qualquer dano, especialmente nas semanas que antecedem a confirmação da gravidez e durante o aleitamento.
Existem fortes evidências de que o chumbo é inviável não apenas para o feto, como também para o desenvolvimento normal deste. As causas são baixo peso ao nascer, nascimento prematuro. Apesar de ser teratogênico em animais, não foi possível determinar a relação entre os níveis de chumbo e as malformações cogênitas em humanos, mas é considerado como carcinogênico.
O aumento de cálcio na dieta da gestante pode diminuir a acumulação de chumbo fetal, mas não consegue conter a redução de peso e altura.

Referência: MOREIRA, Fátima Ramos; MOREIRA, Josino Costa. Os efeitos do chumbo sobre o organismo humano e seu significado para a saúde. Rev. Panam Salud Publica. 2004; 15.