domingo, 6 de dezembro de 2009

Cocaína na gravidez

Durante a gestação, o uso de determinados medicamentos e drogas traz riscos para a saúde da gestante e do bebê.

Alguns compostos tóxicos podem atravessarem a placenta e atingir a circulação do feto, desencadeando alguns problemas no recém nascido, como culminando deformações e déficits intelectuais.

O impacto da cocaína no utero foi avaliado a partir da medida do fluxo de sangue direcionado ao cérebro, em diferentes fases do desenvolvimento do sistema nervoso central do embrião. Os resultados divulgados demonstraram, que há uma diminuição global da chegada de sangue ao cérebro dos bebês, cujas mães fizeram uso dessa droga durante a gravidez.

A cocaína também aparece no leite materno, podendo levar à intoxicação.

Gestantes que têm dificuldades em parar de usar cocaína ou que usem a forma injetável devem ser encaminhadas para um centro de tratamento especializado, onde possam romper os ciclos de uso repetido, através de acompanhamento continuado da paciente, em grupos de auto-ajuda ou em psicoterapia de grupo ou individual. Além do acompanhamento do desenvovimento fetal através de ultrassonografia.

Varicela – risco à gestante e seu bebê


Com maior incidência na Primavera, a varicela apresenta risco à gestante e seu bebê.

Se contrair a popular catapora na gravidez, a mulher pode apresentar a forma grave da doença, além de complicações. As conseqüências para o bebê variam conforme o período em que a gestante foi infectada. A vacina é a melhor maneira de prevenir a doença em crianças, jovens e adultos. No Brasil, trabalhos científicos demonstram que 10% da população acima de 10 anos encontra-se vulnerável à varicela. Causada pelo vírus Varicela Zoster, esta doença infecciosa apresenta maior incidência na primavera. Altamente transmissível, atinge indiscriminadamente crianças, jovens e adultos, provocando lesões na pele e nas mucosas, coceira intensa, febre e dor. Os sintomas iniciais são semelhantes aos de uma virose: febre, coriza e tosse. Até que surgem pequenas manchas nas costas, peito e abdômen. As manchas se transformam em bolinhas vermelhas (pápulas), que se transformam em bolhinhas com líquido (vesículas) e, finalmente, crostas (casquinhas). Em crianças, esse processo progressivo gera de 250 a 500 lesões pelo corpo. Como não pode se imunizar durante a gestação, a futura mamãe precisa tomar a vacina até um mês antes de engravidar. Caso contrário, se contrair a varicela durante a gravidez, corre o risco de ter a forma grave da doença, que provoca de 500 a mil lesões no corpo – o dobro do tipo leve. Isto porque seu sistema imunológico está vulnerável. Pode ainda desenvolver um dos três tipos de complicação da varicela. Os mais comuns são as lesões na peles, seguidos de problemas no sistema nervoso e nas vias respiratórias. Se for ao primeiro trimestre da gravidez, a varicela pode provocar desde a má formação do feto (atingindo membros, órgãos e o cérebro) até a morte dele. Após o sexto mês, o bebê pode nascer com varicela inaparente e desenvolver herpes zoster na fase adulta ou na velhice. Esta doença causa lesões na pele, principalmente no tronco, e intensa dor. O maior problema ocorre quando a mulher apresenta os sintomas da varicela cinco dias antes do parto ou dois dias após o nascimento do bebê. Como não conseguiu desenvolver ainda anticorpos contra o vírus, ela adoece e passa o vírus em grande quantidade ao recém-nascido. No bebê, a doença é muito grave, porque seu sistema imunológico é imaturo.

Imunização A vacina contra varicela é recomendada pela Sociedade Brasileira de Pediatria e pela SBIm embora ainda não integre o calendário oficial de imunização. Há 12 anos, os Estados Unidos introduziram a vacina no calendário básico para reduzir os quatro milhões de casos, 11 mil internações e cem mortes por ano registrados até então. Dos óbitos, a maior parte era de crianças saudáveis até 14 anos.
No Brasil, a varicela não é uma doença de notificação compulsória, exceto quando ocorrem surtos em creches, pré-escolas, escolas e na comunidade que são notificados ao Sistema Nacional de Agravos Notificáveis (Sinan). No ano passado, a Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo registrou 3.408 surtos, com 18.554 casos, dos quais 56,7% em crianças de um a quatro anos e 31% na faixa de cinco a nove anos.
Como é produzida com vírus vivos atenuados (enfraquecidos), a vacina deve ser aplicada em crianças maiores de 12 meses, a exemplo do procedimento adotado com a vacina tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola). Isto porque até um ano de idade, o bebê carrega os anticorpos da mãe, que podem neutralizar o efeito da vacina. A proteção da vacina também é mais longa quando aplicada após um ano de idade. A imunização só deve ser feita antes desta idade, se houver contato do bebê com uma pessoa doente. A vacina evita a varicela quando aplicada até 72 horas após a exposição ao vírus, não só em bebê, mas também em pessoas todas as faixas etárias.

Referência: http://www.revistavigor.com.br/2007/09/26/varicela-risco-a-gestante-e-seu-bebe/

O diagnóstico da toxoplasmose na gestante e no recém-nascido


O diagnóstico da infecção produzida no homem pelo Toxoplasma gondii durante a gestação e o seu reconhecimento nos recém-nascidos é especialmente importante pela gravidade das lesões, muitas vezes definitivas. É uma das mais danosas doenças para o feto particularmente quando a gestante adquire a infecção nos dois primeiros trimestres da gravidez. A toxoplasmose é uma zoonose adquirida de numerosas espécies animais, mas tem como hospedeiro definitivo o gato. Em humanos, a infecção pode ocorrer em qualquer período da vida, o que é evidenciado pela freqüência crescente dos testes sorológicos positivos com a idade, nos dois sexos. A incidência da infecção por Toxoplasma gondii varia dentro das comunidades humanas, dependendo dos hábitos alimentares, do contato com animais portadores da doença e das condições climáticas. Na presente edição de Pediatria (São Paulo) verificou que cerca de 60% das gestantes haviam tido infecção prévia (soroconvertidos, com IgG positiva). Em alguns países da Europa como a França, cerca de 50 a 70% dos adultos jovens já foram infectados. Sob aspecto de risco para o feto, são as pacientes restantes, suscetíveis e com ampla possibilidade de aquisição do parasita, que causam preocupação aos médicos e à sociedade. A infecção materna primária durante a gestação pode determinar parasitemia, infecção placentária (placentite) e acometimento do feto; o risco de infecção fetal é próximo de 40%, e inversamente proporcional ao tempo de gestação no qual a infecção materna ocorreu. O risco da infecção fetal é de 20, 50 e 80%, respectivamente, para o primeiro, segundo e terceiro trimestres de vida. Por outro lado, a gravidade das lesões é tanto maior quanto mais precoce durante a gestação. A importância do diagnóstico imediato da infecção é a possibilidade de tratamento da gestante com espiramicina, que diminui o risco de transmissão do microorganismo para cerca de 4,20 e 50%, respectivamente no 1º, 2º, e 3º trimestres de gestação 4,5,11o diagnóstico da toxoplasmose durante a gestação deve ser buscado ativamente, e para isto tem sido utilizados testes sorológicos para anticorpos IgG e IgM, e, se possível o teste de avidez de IgG anti-toxoplasma. As gestantes susceptíveis devem realizar pelo menos uma vez por mês os exames sorológicos a fim de detectar a viragem sorológica e desta forma iniciar o tratamento o mais precoce possível com espiramicina. Um tratamento alternativo da gestante com pirimetamina, sulfadiazina e ácido folínico pode ser realizado, após a 16a a 18a semana de gestação, quando o feto estiver infectado. Apesar do tratamento das infecções gestacionais a doença pode afetar de maneira variada o feto, e o diagnóstico da infecção no recém-nascido deve ser feito, o que não é fácil. Clinicamente, apenas 15 a 20% das crianças com toxoplasmose congênita têm evidência da doença ao nascer, e muitas das manifestações clínicas são similares às de outras infecções congênitas, principalmente as da citomegalia. Para o diagnóstico da toxoplasmose congênita, o conhecimento dos antecedentes epidemiológicos e obstétricos é importante, Os sinais e sintomas mais associados ao quadro são: anemia, icterícia, hepatomegalia, esplenomegalia, peso baixo ao nascimento, prematuridade; e os mais específicos são os associados ao acometimento do Sistema Nervoso Central (SNC) e das túnicas oculares 1,2,7,9,11,12. As formas clínicas de apresentação da toxoplasmose na criança são quatro, classificadas segundo a sintomatologia e o momento de constatação da doença: doença neonatal, sintomática nos primeiros meses de vida, seqüela ou recidiva reconhecida tardiamente (até na adolescência), e a infecção subclínica. A doença neonatal em cerca de 80 a 90% dos casos apresenta manifestações clínicas generalizadas predominantemente viscerais e neurológicas. Em torno de 15% dos recém-nascidos infectados as lesões oculares são o único sinal clínico, sendo a retinocoroidite, geralmente bilateral, a principal lesão observada. Esta pode acompanhar-se de outras alterações oculares: iridociclite, catarata, glaucoma, estrabismo, nistagmo e descolamento da retina. A afecção cerebral pode ser reconhecida pela microcefalia, que mostra quadro grave geralmente letal; hidrocefalia de tipo obstrutivo é a manifestação mais freqüente (de 16 a 80%), e pode ocorrer isoladamente. Outros sinais e sintomas neurológicos são o retardo do desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM), as calcificações intracranianas, crises convulsivas, opistótono e dificuldades de deglutição. O diagnóstico da forma sintomática dos primeiros meses de vida é feito pelas manifestações neurológicas e oculares. A retinocoroidite pode manifestar-se após meses de vida, assim como pode curar-se com ou sem tratamento, deixando cicatrizes (retinocoroidite residual). A microftalmia pode ser observada nesta fase, e constitui uma das alterações oculares mais graves, que ocorre em cerca de 20% das crianças com lesões oftálmicas. É freqüentemente associada à uveíte anterior e posterior, catarata ou a total disrupção do globo ocular. Como sinais para suspeita clínica deve-se atentar ao estrabismo e ao nistagmo, observados em torno de 50% dos casos. Do ponto de vista laboratorial, o exame do LCR é de fundamental importância tanto na infecção sintomática como na assintomática. Achados anormais neste exame são sempre indicativos de doença do SNC. A pesquisa direta do T. gondii em líquidos e fluídos corporais-sedimentos do líquor, sangue de cordão ou periférico, e urina é difícil, como também a recuperação do organismo após inoculação em cérebro ou peritônio de camundongo; as técnicas são trabalhosas e demoradas. Seu emprego é limitado ao estudo de pacientes gravemente acometidos. O diagnóstico sorológico é difícil devido à presença dos anticorpos maternos de transferência passiva, que podem interferir na resposta sorológica do feto e RN com infecção intra-uterina. O método é o mais frequentemente utilizado para diagnóstico da toxoplasmose congênita, baseia-se no encontro de anticorpos IgM específicos ou na persistência de anticorpos IgG anti-toxoplasma no soro da criança, comparados com o soro materno. A demonstração de anticorpos IgM, IgA ou IgE para Toxoplasma gondii no soro de RN é característico de infecção congênita. No entanto, resultados sorológicos falso-negativos ou positivos para anticorpos IgM podem ocorrer.

Referência: http://www.pediatriasaopaulo.usp.br/upload/pdf/1184.pdf