quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Rubéola


Essa enfermidade apresenta este nome pelo aspecto avermelhado ou rubro do paciente. A Rubéola é uma doença aguda, benigna, contagiosa, de crianças e adultos jovens. É conhecida como "sarampo alemão" ou sarampo de três dias. É uma das poucas infecções virais que está associada à gênese de anormalidade fetal. Na maioria das pessoas, a rubéola apresenta pouco ou nenhum sintoma. Isto é particularmente verdadeiro na criança. Naqueles que desenvolvem sintomas, estes surgem 2 a 3 semanas após a transmissão. Porém, até 10 dias antes do aparecimento dos sintomas, o indivíduo contaminado já pode transmitir o vírus para outros... Naqueles que apresentam a doença após a contaminação, o quadro típico inicia-se como qualquer virose, com febre e prostração. Um exame físico mais cuidadoso pode revelar linfonodos (ínguas) na nuca e atrás das orelhas, que são bem característicos da rubéola. Após 1 a 3 dias de sintomas inespecíficos, surge o rash (exantema) da rubéola, que são manchas vermelhas difusas,o rash costuma começar na face e descer para o resto do corpo em questão de horas. Dura em média 3 dias e depois desaparece. Após esse período, o risco de transmissão cai muito, sendo praticamente nulo após mais 5 dias. O diagnóstico é feito através do quadro clínico, 4 dias após o aparecimento do rash, o corpo já possui anticorpos contra a rubéola, o que permite realizar sorologia para confirmar laboratorialmente a doença. Como nesta fase as maiorias das pessoas já estão curadas ou em processo de cura, e como não há tratamento específico para rubéola, sua confirmação laboratorial geralmente é desnecessária,pois o corpo desenvolve anticorpos que impedem novos episódios. Portanto, rubéola só se pega 1 vez na vida. São raros e brandos os casos de reinfecção. A grande preocupação em relação a rubéola, está na contaminação de mulheres grávidas. Se em crianças e adultos a doença é branda, no feto em desenvolvimento ela pode ser catastrófica. Se adquirido durante o primeiro trimestre, o risco de mal formações é maior que 80%. Além dos defeitos morfológicos, 1 em cada 5 mulheres infectadas sofre aborto nesta fase. O rash desaparece rápido, mas os linfonodos e as dores articulares podem durar ainda alguns dias. Crianças se recuperam mais rápido que adultos. Outros sintomas que podem ocorrer são cefaléia (dor de cabeça), conjuntivite, dor nas articulações, tosse e coriza. Dos que apresentam doença, praticamente todos melhoram espontaneamente. Porém, raramente, o vírus da rubéola pode acometer o cérebro, levando ao que chamamos de encefalite viral, um quadro gravíssimo e com alta mortalidade. Em vários países do mundo o aborto é permitido em casos de rubéola no 1º trimestre.Recém-nascidos com rubéola congênita podem transmitir o vírus por até 1 ano, sendo necessário evitar o seu contato com outras grávidas não imunizadas.Infecções contraídas após a 20º semana trazem pouco risco de mal formações, porém ainda existe a chance de transmissão da virose para o feto. Normalmente estas crianças nascem com baixo peso, mas sem defeitos na formação. Nas grávidas a sorologia ganha muita importância. Toda gestante deve ser testada para rubéola e nos casos negativos, deve-se dobrar os cuidados em relação a contato com pessoas com sintomas de virose. A sorologia é importante também naquelas mulheres susceptíveis que desenvolvem síndromes febris com rash durante a gravidez. A suscetibilidade é geral.

A imunidade ativa é adquirida através da infecção natural ou por vacinação. A imunidade é duradoura após infecção natural, permanecendo por quase toda a vida após a vacinação. Filhos de mães imunes geralmente permanecem protegidos por anticorpos maternos durante os primeiros 6 a 9 meses. Tem sido relatada a ocorrência de reinfecção, em pessoas imunes através de vacinação ou infecção natural, reexpostas ao vírus; essa ocorrência é usualmente assintomática, sendo detectável apenas por métodos sorológicos. Ela é prevenida com a vacina Tríplice viral sendo eficiente em quase 100% dos casos e deve ser administrada em crianças aos 15 meses de vida. Mulheres que não tiveram a doença devem ser vacinadas antes de engravidar. A maior proporção de casos está ocorrendo faixa de idade entre 15 a 29 anos, quando as mulheres estão em idade fértil, caracterizando um risco de nascerem bebês com a Síndrome da Rubéola Congênita.

É importante que se consiga vacinar mais de 95% das mulheres, pois desta forma reduz-se a circulação do vírus. As mulheres que já tiveram filhos ou que não pretendem tê-los, recebendo a vacina não transmitirão o vírus para gestantes.

As mulheres já vacinadas ou que referem já ter tido a doença ao receberem a vacina contra a rubéola NÃO têm risco de apresentarem maiores efeitos colaterais, além disso estarão mais protegidas pois cerca de 5% das vacinadas anteriormente podem não ter desenvolvido anticorpos. A mulher grávida deverá receber a vacina somente após o parto, na própria maternidade ou em qualquer unidade de saúde. Esta vacina continuará disponível nas unidades de saúde, após a campanha para estas mulheres. Quem não teve a doença deve evitar o contato com pessoas infectadas pelo vírus da Rubéola.

Por causa de sua semelhança com várias outras enfermidades, o diagnóstico preciso de Rubéola só pode ser obtido pelo exame sorológico. Como toda vacina com vírus vivo, ela não deve ser tomada por pessoas imunodeprimidas, com doença febril ativa e grávida.

A vacinação existe devido à capacidade do vírus em atravessar a placenta e infectar o bebê, quando uma mulher grávida adquire a doença. E não só infecta como é capaz de causar a chamada Síndrome da Rubéola Congênita.

A Síndrome da rubéola congênita consiste na maioria das vezes da seguinte tríade:

1. Surdez sensório-neural – 58% dos casos

2. Anomalias oculares, especialmente catarata e microftalmia – 43%

3. Cardiopatia congênita – 50%

O aumento de casos é observado durante a primavera. Epidemias importantes têm sido observadas a cada 10 a 30 anos, enquanto epidemias menores ocorrem a cada seis a nove anos; elas ocorrem de forma cíclica, a depender do aumento de indivíduos susceptíveis. A Rubéola é de distribuição universal. A sua distribuição geográfica depende do grau de imunidade e suscetibilidade da população, além da circulação do vírus na área. A sua ocorrência é maior nas faixas etárias de 5 a 9 anos de idade. No entanto, com a introdução do uso da vacina, observa-se o deslocamento da incidência para outras faixas etárias, acometendo adolescentes e adultos.

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